A tradição dos batistas “tradicionais”

Os discípulos de Jesus Cristo que a se designam pelo nome "batista" se caracterizam pela sua fidelidade às Escrituras e por isso só recebem em suas comunidades, como membros atuantes, pessoas convertidas pelo Espírito Santo de Deus. Somente essas pessoas são batizadas e não reconhecem como válido o batismo administrado na infância por qualquer grupo cristão, pois, nós "os batistas", crianças recém-nascidas não podem ter consciência de pecado, regeneração, fé e salvação. Para adotar essas posições estamos bem fundamentados nos Evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. A mesma fundamentação tem todas as outras doutrinas que professamos. Nossas exigências de batismo só de convertidos é que mais chamaou a atenção do povo e das autoridades do passado, daí derivando a designação "batista" que se supõem ser uma forma simplificada de "anabatista", "aquele que batiza de novo".

A designação surgiu no século XVII, mas os batistas estavam espiritualmente ligados a todos os que, através dos séculos, procuraram permanecer fiéis aos ensinamentos das Escrituras, repudiando, mesmo com risco da própria vida, os acréscimos e corrupções de origem humana.

Através dos tempos, os batistas se têm notabilizado pela defesa destes princípios:

A aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta.

O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma, formada de pessoas regeneradas e biblicamente batizadas.

A separação entre Igreja e Estado.

A absoluta liberdade de consciência.

A responsabilidade individual diante de Deus.

A autenticidade e apostolicidade das igrejas.

Esta tradição histórica identifica e motiva a Igreja Local a ser autônoma e soberana em suas decisões e não se subordinar a qualquer outra igreja ou entidade, reconhecendo apenas a autoridade de Jesus Cristo, expressa nas Sagradas Escrituras. Relacionando-se, a seu critério, para fins de cooperação, com as demais Igrejas integradas à Convenção Batista Brasileira.

Reconstruindo minha peregrinação de vida

Nasci no ano de 1974 em Anápolis, interior de Goiás, localizada há 54 km da capital goiana e 150 da capital federal, Brasília. Durante esse período a cidade encontrava em plena expansão, porém as oportunidades de trabalhos eram raras, então à agricultura tornou-se predominante na região como meio de sustento de grande parte das famílias. Meu pai, um homem tipicamente interiorano, tinha como profissão motorista, entretanto impregnou-se no ramo de hortaliça como escape para esquivar-se da dificuldade em conseguir um emprego registrado em seu oficio. Pertencente a família dos Godoi, muito conhecida na região por serem bons proprietários de terra, sempre buscou trabalhar em meio à criação de animais e plantações de vários tipos de alimentos. Nesse tempo eram comuns as reuniões durante os meses de dezembro e fevereiro onde familiares, amigos e visinhos de fazenda e das vilas próximas, participavam de festejos denominados “folia de reis”, festa essa oriunda do folclore Português, que em nosso país tornou-se uma festa religiosa. Cresci então em meio a essas influencias religiosas. Entre um tempo e outro havia celebrações de missas e rezas de terços entre uma casa e outra. Minha mãe então tornara-se uma das principais “rezadeiras” da região, sempre envolvida com as programações da única e pequena paróquia que havia no local, não demorou muito e já era o “braço direito do padre”. No inicio de minha adolescência, no ano de 1985, em busca de melhores condições de vida, mudamos para a cidade de Goiânia, meu pai enfim recebe uma proposta para trabalhar registrado como motorista em uma empresa de transporte urbano a qual não hesitou em aceita-la. Durante esse período tivemos afastados das questões religiosas, fato esse até então considerado normal, tínhamos chegado a uma cidade grande e não conhecíamos quase ninguém, passado alguns anos minha mãe voltara a ser como outrora, rezando terços de casa em casa e dirigindo celebrações na igreja católica do bairro. Já na fase adulta, no ano de 1994, incentivado por ela, iniciei minhas primeiras experiências religiosas como líder do grupo de jovens e adolescentes nesta mesma comunidade. Todavia algo me incomodava nos rituais das missas, terços ou quaisquer outras celebrações católicas, ou seja, a idolatria a “santos” e adoração de imagens, mesmo não tendo nenhum conhecimento teológico sobre as escrituras ou até mesmo contato, sentia uma profunda inquietação sobre isso. Até que no ano de 1997, logo após meu casamento e conseqüentemente o nascimento de meu primeiro filho, iniciei meus primeiros contatos diretos com a Palavra de Deus, através de leituras noturnas, movidas pela curiosidade em saber o conteúdo da bíblia protestante, e através de uma forte e decisiva atuação do Espírito Santo, decidi procurar uma igreja protestante. Finalmente em 13 de dezembro de 1998, visitei a Igreja Batista em Itatiaia e participei daquele que viria a ser o culto mais importante de minha vida, nesse mesmo dia, minha esposa e eu, nos decidimos a favor de Cristo. Empolgados com o novo estilo de vida iniciamos imediatamente os estudos na classe de batismos e dia 06 junho de 1999, fomos batizados pelo nosso pastor, José de Andrade Cunha, um homem simples e poderosamente usado por Deus, que nos instruía e ensinava as Sagradas Escrituras. Inspirado pela ação do Santo Espírito, o pastor nos convidou a trabalhar na implantação de uma igreja no bairro onde morávamos, ainda que fossemos neófitos, sempre nos apoiando e alertando-nos sobre nossa vocação, ainda me lembro de suas palavras: “Você já pensou em ir estudar no seminário?”. Apesar disso, almejava tornar-me funcionário publico estadual. Depois de um momento de grande conflito o Senhor mostrou-me claramente o que queria de mim, então foi como um milagre, depois que respondi sim ao chamado de Deus, no ano de 2002 consegui o tão sonhado trabalho. Posteriormente, no ano de 2006 ingressei-me no seminário, retornando então à cidade de Anápolis, agora casado e com três filhos. No decurso desse período passamos por varias provações. A principal delas no parâmetro financeiro. Ao longo de dois anos orava, clamava e até questionava a Deus sobre minha vocação, não entendia porque passávamos por tantas dificuldades sendo que Deus sustenta aqueles que Ele chama. Graças à fidelidade d’Ele nossas orações foram ouvidas e atendidas. Ao final de 2007 inscrevi-me para participar do concurso de bolsas de estudos do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro e por meio da intervenção direta do Senhor, fui agraciado com a bolsa integral dos estudos de bacharel em teologia e ministério pastoral. Deus seja louvado por sua imensa fidelidade.


Cleudair Cordeiro de Godoi
3° Período de Teologia
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil

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...:::Cleudair Godoi:::...

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A tradição dos batistas “tradicionais”

Os discípulos de Jesus Cristo que a se designam pelo nome "batista" se caracterizam pela sua fidelidade às Escrituras e por isso só recebem em suas comunidades, como membros atuantes, pessoas convertidas pelo Espírito Santo de Deus. Somente essas pessoas são batizadas e não reconhecem como válido o batismo administrado na infância por qualquer grupo cristão, pois, nós "os batistas", crianças recém-nascidas não podem ter consciência de pecado, regeneração, fé e salvação. Para adotar essas posições estamos bem fundamentados nos Evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. A mesma fundamentação tem todas as outras doutrinas que professamos. Nossas exigências de batismo só de convertidos é que mais chamaou a atenção do povo e das autoridades do passado, daí derivando a designação "batista" que se supõem ser uma forma simplificada de "anabatista", "aquele que batiza de novo".

A designação surgiu no século XVII, mas os batistas estavam espiritualmente ligados a todos os que, através dos séculos, procuraram permanecer fiéis aos ensinamentos das Escrituras, repudiando, mesmo com risco da própria vida, os acréscimos e corrupções de origem humana.

Através dos tempos, os batistas se têm notabilizado pela defesa destes princípios:

A aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta.

O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma, formada de pessoas regeneradas e biblicamente batizadas.

A separação entre Igreja e Estado.

A absoluta liberdade de consciência.

A responsabilidade individual diante de Deus.

A autenticidade e apostolicidade das igrejas.

Esta tradição histórica identifica e motiva a Igreja Local a ser autônoma e soberana em suas decisões e não se subordinar a qualquer outra igreja ou entidade, reconhecendo apenas a autoridade de Jesus Cristo, expressa nas Sagradas Escrituras. Relacionando-se, a seu critério, para fins de cooperação, com as demais Igrejas integradas à Convenção Batista Brasileira.

Reconstruindo minha peregrinação de vida

Nasci no ano de 1974 em Anápolis, interior de Goiás, localizada há 54 km da capital goiana e 150 da capital federal, Brasília. Durante esse período a cidade encontrava em plena expansão, porém as oportunidades de trabalhos eram raras, então à agricultura tornou-se predominante na região como meio de sustento de grande parte das famílias. Meu pai, um homem tipicamente interiorano, tinha como profissão motorista, entretanto impregnou-se no ramo de hortaliça como escape para esquivar-se da dificuldade em conseguir um emprego registrado em seu oficio. Pertencente a família dos Godoi, muito conhecida na região por serem bons proprietários de terra, sempre buscou trabalhar em meio à criação de animais e plantações de vários tipos de alimentos. Nesse tempo eram comuns as reuniões durante os meses de dezembro e fevereiro onde familiares, amigos e visinhos de fazenda e das vilas próximas, participavam de festejos denominados “folia de reis”, festa essa oriunda do folclore Português, que em nosso país tornou-se uma festa religiosa. Cresci então em meio a essas influencias religiosas. Entre um tempo e outro havia celebrações de missas e rezas de terços entre uma casa e outra. Minha mãe então tornara-se uma das principais “rezadeiras” da região, sempre envolvida com as programações da única e pequena paróquia que havia no local, não demorou muito e já era o “braço direito do padre”. No inicio de minha adolescência, no ano de 1985, em busca de melhores condições de vida, mudamos para a cidade de Goiânia, meu pai enfim recebe uma proposta para trabalhar registrado como motorista em uma empresa de transporte urbano a qual não hesitou em aceita-la. Durante esse período tivemos afastados das questões religiosas, fato esse até então considerado normal, tínhamos chegado a uma cidade grande e não conhecíamos quase ninguém, passado alguns anos minha mãe voltara a ser como outrora, rezando terços de casa em casa e dirigindo celebrações na igreja católica do bairro. Já na fase adulta, no ano de 1994, incentivado por ela, iniciei minhas primeiras experiências religiosas como líder do grupo de jovens e adolescentes nesta mesma comunidade. Todavia algo me incomodava nos rituais das missas, terços ou quaisquer outras celebrações católicas, ou seja, a idolatria a “santos” e adoração de imagens, mesmo não tendo nenhum conhecimento teológico sobre as escrituras ou até mesmo contato, sentia uma profunda inquietação sobre isso. Até que no ano de 1997, logo após meu casamento e conseqüentemente o nascimento de meu primeiro filho, iniciei meus primeiros contatos diretos com a Palavra de Deus, através de leituras noturnas, movidas pela curiosidade em saber o conteúdo da bíblia protestante, e através de uma forte e decisiva atuação do Espírito Santo, decidi procurar uma igreja protestante. Finalmente em 13 de dezembro de 1998, visitei a Igreja Batista em Itatiaia e participei daquele que viria a ser o culto mais importante de minha vida, nesse mesmo dia, minha esposa e eu, nos decidimos a favor de Cristo. Empolgados com o novo estilo de vida iniciamos imediatamente os estudos na classe de batismos e dia 06 junho de 1999, fomos batizados pelo nosso pastor, José de Andrade Cunha, um homem simples e poderosamente usado por Deus, que nos instruía e ensinava as Sagradas Escrituras. Inspirado pela ação do Santo Espírito, o pastor nos convidou a trabalhar na implantação de uma igreja no bairro onde morávamos, ainda que fossemos neófitos, sempre nos apoiando e alertando-nos sobre nossa vocação, ainda me lembro de suas palavras: “Você já pensou em ir estudar no seminário?”. Apesar disso, almejava tornar-me funcionário publico estadual. Depois de um momento de grande conflito o Senhor mostrou-me claramente o que queria de mim, então foi como um milagre, depois que respondi sim ao chamado de Deus, no ano de 2002 consegui o tão sonhado trabalho. Posteriormente, no ano de 2006 ingressei-me no seminário, retornando então à cidade de Anápolis, agora casado e com três filhos. No decurso desse período passamos por varias provações. A principal delas no parâmetro financeiro. Ao longo de dois anos orava, clamava e até questionava a Deus sobre minha vocação, não entendia porque passávamos por tantas dificuldades sendo que Deus sustenta aqueles que Ele chama. Graças à fidelidade d’Ele nossas orações foram ouvidas e atendidas. Ao final de 2007 inscrevi-me para participar do concurso de bolsas de estudos do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro e por meio da intervenção direta do Senhor, fui agraciado com a bolsa integral dos estudos de bacharel em teologia e ministério pastoral. Deus seja louvado por sua imensa fidelidade.


Cleudair Cordeiro de Godoi
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